Danilo Reis: O Povoado
*ESCRITO POR DANILO JOSÉ REIS
Ligeiramente o núcleo populacional nascido em torno da nossa “fazenda-mãe” foi se desenvolvendo e se transformando num populoso lugarejo. A proximidade com o rio Parnaíba e a abundância de terras férteis, atraiu centenas de trabalhadores para a região.
(Imagem: P.E.E.)
Em 1831 já éramos quase 5 mil habitantes
Campo Maior era o maior beneficiário com a localização do Estanhado. Era pelo porto fluvial do povoado que eles escoavam sua produção agropecuária, e por onde importavam suas mercadorias, ideias, e “progresso”. O local já era estratégico para a região desde os anos 1820, quando daqui se embarcava homens para servirem nas forças imperiais no norte e no sul da província. Não foi a toa que Estanhado foi objeto de desejo pelo Major Fidié em 1823, e por balaios e legalistas, que disputaram a região durante a Guerra dos Balaios, entre 1839 a 1841.
Motivado pelo crescente desenvolvimento do povoado, e pela importância do porto, em 1824 aterrissou em “União” uma Cia Militar ( 3 Cia. de Pedestres Caçadores Milicianos), com a função de resguardar a povoação de ataques inimigos.
Nesse período, a insegurança e a intranquilidade reinavam, devido ao estágio de insurreições que a região assistira entre 1823 a 1841. Com o porto protegido, rapidamente o povoado se desenvolveu. Ainda em 1826 houve a primeira tentativa de transformar o lugarejo em município, fato que só ocorreu em 1853, quando foi criado a Vila da União e a Freguesia dos Remédios. A partir de então, o extinto povoado deu os primeiros passos efetivamente para o seu desenvolvimento econômico, social, e político. A Fazenda e o Povoado agora eram marcas do passado.
*Danilo José Reis é professor e membro do grupo de pesquisa Piquete Explorador.
Fonte: Portal União Sem Fronteiras